A herança árabe na língua portuguesa
Como sabemos, a contribuição dos povos árabes para ciências tais como a álgebra foi de grande importância. No entanto, é importante reconhecer que a permanência desses povos na Península Ibérica durante pouco mais de 700 anos – se considerarmos o período que vai desde a invasão dos muçulmanos, em 711, até a reconquista do Reino de Granada, em 1492 – influenciou nosso vocabulário de maneira significativa.
As palavras de origem árabe que adotamos são provenientes de campos em que esses povos eram realmente fortes naquela época. É o caso da agropecuária, por exemplo, com termos como arroz, algodão, azeitona, alface e azeite. Podemos citar também alguns campos da ciência e das artes, com substantivos tais como alicate, alicerce, azulejo e almofada, além das profissões como alfaiate e almoxarife. No campo militar, temos palavras como alferes e refém. Além de substantivos, temos outras palavras como a interjeição oxalá que é um sinônimo não tão utilizado de tomara e adjetivos como baldio e mesquinho.
O que é interessante observar em relação aos substantivos é que a maioria começa com a letra A. Sim... e por quê? Acontece que, ao serem adotadas, essas palavras árabes se juntaram ao artigo árabe al, que as precedia e que passou por uma lusitanização, reduzindo-se a a.
Muitos dos termos que adotamos foram substituídos por outros ao longo do tempo, mas no sul de Portugal principalmente ainda é possível encontrar palavras como almece, que refere-se ao soro do leite, além dos topônimos Alcântara e Algarve.
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